O Seminarista ( resumo)

Eis uma trágica história de amor, praticamente segue a linha de quase todos os livros do romantismo, homem ideal X mulher virgem, apaixonada…  quando ousa romper essa tradição… Mulher do século XIX, como ousa romper com essa tradição? Vamos ao resumo com o nosso TOQUE POÉTICO, claro, o livro é do mineiro BERNARDO GUIMARÃES.

Eugênio e Margarida era um casal criado como irmãos, moravam numa mesma fazenda do Capitão Antunes, sendo que a mãe de Eugenio, batizou Margarida e deu abrigo a afilhada juntamente com a sua mãe D. Umbelina. Só tinha um probleminha: – Essa amizade de Margarida com Eugênio está me incomodando! Eles andam muitos grudadinhos… Temos que fazer alguma coisa.

Os pais de Eugenio pensaram numa forma de separá-lo da sua amiga Margarida, e como solução viram o Seminário o local ideal para afastá-lo e ao mesmo tempo torná-lo padre e de uma vez por todas desistir de qualquer aproximação mais íntima com a Margarida.  Eugênio não queria, mas não teve outro jeito, mesmo contra a sua vontade, foi trancado num internato ainda adolescente.

A saudade fez com que ele escrevesse versos dedicados a Margarida, e ao ser descoberto, os padres punem com penitências severas, mas a pior foi a proibição da visita da amiga. Enquanto isso, os pais de Eugênio articulam um casamento para Margarida, para que não haja nenhum risco de envolvimento do filho, mas a jovem não aceita o casamento arranjado, e é expulsa das terras.

Atitude que logo levou a morte da mãe de Margarida, e a jovem em estado de miséria total, sem o apoio dos padrinhos vive praticamente da caridade alheia.  Os anos passam, Eugênio ordena e retorna para a vila, e é abordado para ajudar uma jovem que agonizava, e como o destino era cruel. A jovem era Margarida que estava ainda a espera de Eugênio, mas a morte se aproximava. E Eugênio tenta a removê-la da ideia de morte. E fica feliz, porque consegue…

Tudo preparado para celebrar a primeira missa na Vila, novamente Eugênio vai a procura de Margarida e finalmente eles  tem a primeiro encontro íntimo.  Tanto amor guardado, adiando e finalmente explodido.  Poucas horas depois do encontro primoroso,  Eugênio é abordado para encomendar o corpo de alguém, e ao ver o defunto ele se desespera.  Rasga a batina  e sai desesperado, perdeu o amor de sua vida poucas horas que haviam se tornado amantes. Eugênio enlouqueceu.

 

Palavra da crítica:   Margarida é mais uma personagem feminina, criado por autoria masculina que ousou dizer “não” para um sistema patriarcal,  a figura paterna seja representada pelo pai, marido, irmão, tutor entre outros, ditam as regras. E em primeiro plano, Margarida diz não  aos padrinhos, patrões, ela não quis romper a amizade que tinha com Eugenio, ela representa uma “Maria Ninguém” que vivia de favor na fazenda dos pais de Eugênio, ousou não obedecer, tornando-a uma transgressora.

Em segundo plano, o “não” de Margarida foi bem mais acentuado. Já que as jovens do século XIX eram preparadas para o casamento, recusar um casamento, uma proposta arranjada, tornou-a inaceitável socialmente com aquela afronta.  Fato que gerou a expulsão das duas mulheres, Margarida e a mãe da fazenda dos pais de Eugênio.

E como os textos do romantismo não foge à regra, Margarida paga o preço alto pela sua “rebeldia”. Ela passa a “murchar” de fome, miséria, sofrimento. Perde a mãe e perde também a própria vida, talvez por conta do seu pecado imperdoável, naquela época, perder a virgindade .

Toque Poético

 

*Aqui o leitor pede, se tiver ao nosso alcance atenderemos, afinal são 30 anos de estudos literários. Romantismo não é bem a leitura ideal, mas fazer o quê?

 

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